terça-feira, 27 de março de 2012

Saite da Semana


Nossa primeiríssima indicação de oásis digital para o errante navegante d'O Candiru não poderia ser mais engajada. Pouco importa que a página esteja em Russo – você mal vai reparar nesse detalhe.
O recado das irrequietas ativistas ucranianas do Grupo FEMEN é universal: peitar “tudo isso que está aí.”

A começar pelos tribufus que infestam a cena política mundial.

Para maiores detalhes, vá direto ao jornal das molecas.

Ouro de Moscou


Se você é dos nossos (e não um fãzoca do Julian Assange ou do Sean Penn), o portal do FEMEN é um verdadeiro Catecismo, com o melhor “portfólio” da militância política atual.

Um sopro bem dado de esperança num mundo assombrado por Merkels & Kirchners.

E a prova de que quando um Putin da vida tenta mexer na Perestroika alheia, Mama Rússia não foge à luta.

Choque de Realpolitik


O Candiru, sempre fiel ao seu DNA, apoia em profundidade a causa das ucranianas (qualquer causa) e torce para que o FEMEN aporte logo por aqui e se torne o maior partido do Ocidente.

Estamos de braços e redes abertas para montar um diretório regional.

Seja qual for o motivo para protestarem por aqui, O Candiru está dentro.

E conclamamos todas as inconformadas do pedaço: “Dispam essa camisa!”

O Mongo e o Executivo


Por Stella Maris

Se você é daqueles que sonha em ser um alto executivo, mas ainda ocupa o cargo de baixo rola-bosta, não esmoreça!

Esqueça Roberto Shinyashique, ponha pra correr Layr Ribeiro, dê um safanão no primeiro Augusto Cury que vier com conversa mole.

Esconjure de uma só vez qualquer Gustavo Cerbasi, Bernardinho, Vendedor Pit-Bull ou Família Schürmann que tentem lhe vender estratégias pré-moldadas para a sua, convenhamos, merda de vida.

Se é para auto-ajudar-se, então auto-ajude-se com gente grande, com os verdadeiros manda-chuvas, os maiores tycoons de todos os tempos.

Aqui vai nosso top-five (catado na Amazon.com!) a respeito:


5º - “If Aristotle Ran General Motors”

O velho filósofo cheio de idéias que ensinou Alexandre, o Grande a deitar na relva helênica tinha tudo para deixar Jack Welch e outros maiorais de Detroit no chinelo em qualquer brainstorm sobre Ética, Metafísica, reenginering, outsorcing e troca de óleo. Principalmente se a discussão fosse em Grego clássico. Pena que, por uma sutil contingência do destino, Ari tenha morrido dois mil anos antes da GM precisar de sua consultoria. Do mesmo autor de "If Harry Potter Ran General Electric"! (US$ 11.20)


4º - “Elizabeth I, CEO – Strategic Lessons in Leadership from the Woman Who Built an Empire”

Mocréias do mundo, unite! Sob este lema, a Rainha Virgem, na falta do que fazer (sem TV e sem querer, digamos, abrir seu capital) deu aquele empurrãozinho para a Inglaterra tornar-se um dos impérios mais vastos, bem-vestidos, snobs e escrotos que já existiram. Aprenda seus segredinhos, mas não saia por aí com cintos de castidade e roupas bufantes... (US$ 12.00)


3º - “Moses: CEO”

Este guia é um verdadeiro maná na chupeta. Além de garoto de recados do implacável Jeová (Deus, em sua fase Bad Boy), Moisés foi o maior rogador de pragas que o mundo já conheceu. Um talento que você precisa dominar se quiser passar a perna, de forma sagrada, no seu faraó ou capitão do mato. Apesar de péssimo guia de viagens (levou mais de 40 anos para ir do Egito à Terra Prometida, que é logo ao lado), o imortal autor do Pentateuco tem o mapa da mina para você chegar à sua Palestina particular. (US$ 14.00)


2º - “The Leaderships Secrets of Attila, the Hun”

Olha o flagelo dos deuses de Wall Street aí, gente! Atarracado, cabeçudo, analfabeto de treze gerações, porcalhão convicto, mas com uma cimitarra deesse tamanho. Podia ser um brasileiro qualquer, mas assim era o invocado Átila, um especialista avant la lettre em aquisições imobiliárias agressivas e lei de falências (onde botava os pés, nada mais dava certo). Entre para o clube dos bárbaros com MBA e detone a "face humana do capitalismo" e outras frescuras. (US$ 10.46)


1º - "Make It So: Leadership Lessons from Star Trek the Next Generation”

A série podia ser uma merda do tamanho da galáxia de Andrômeda, mas aquele lugarzinho onde “nenhum homem jamais esteve” guarda segredos que podem fazer sua carreira deslanchar de vez, nem que seja rumo ao primeiro buraco-negro da esquina. (US$ 16.10 - Grátis um par de orelhas do Sr. Spock)

quinta-feira, 8 de março de 2012

As Metamorphoses


Por Fran Pacheco

Sempre que um partido desses muda de nome, penso logo naqueles filmes que mostram empresas prestes a cair na malha-fina americana, triturando a papelada e formatando os discos-rígidos para apagar os rastros de suas peripécias.

Ou numa queima de arquivo, pura e simples.

Alguém aí se lembra da UDN? Que fim levou? Estará enterrada junto com a ossada de Dana de Teffé? E a ARENA, o maior partido político do Ocidente? Levou sumiço junto com o menino Carlinhos?

E o paradeiro do PRN, o partido delle? Que tal perguntar pro ex-lugar-tentente delle, o Calheiros, propondo é claro uma delação premiada?

Só pra ficar num exemplo ainda fresquinho no nosso esquecimento: alguém ainda recorda do PFL? Aquele, o pefelê, partido do coração de nove entre dez coronéis de barranco... o pefelê de tantas aprontações pra contar...

Pois os velhos coronéis se reproduziram e a novíssima cepa – uma galerinha da pesada capitaneada por Rodriguinho Maia e ACMzinho – agora atende pela graça de “O Democratas” (sic), ou “DEM” para os íntimos.

Isso depois que seus globalizadíssimos filiados descartaram(*) o acrônimo “PD”, de Partido Democrata, pelo chiquérrimo motivo de que, veja só, lá em França “pedê” quer dizer “baitolo”.

Nem imaginam o que DEM quer dizer em dialeto swahili...

Além de renegar o nome de batismo, outros expedientes muito usados pelas facções, digo, partidos, são as fusões, incorporações, abocanhações, escamoteações, fagocitoses, simbioses, defecções, mimetismos, metempsicoses e, mais modernosos, morphs e remixes digitais.

Acrescente-se o subterfúgio adicional do troca-troca e fica praticamente impossível reconstituir, no espaço-tempo convencional, o iter-criminis de um político, desde o dia em que recebeu a picadura da mosca azul até hoje.

Tudo isso depõe a favor de uma só pessoa: Darwin. Por mais que os neocarolas a proíbam nas escolas, essa tal de “Evolução das Espécies” existe, sim senhor.

Não importa o quão mutável, complexo e hostil se torne o meio em que vive: devidamente adaptado o animal político sempre arranja um jetinho de ficar malemolentemente por sobre a carne-seca.

Extinção? Nem pensar.

Quem parece ter empacado e não evoluir nunca é o eleitor – esse sim, um verdadeiro animal. Taí uma questão que nem Darwin explica.

(*) Descartaram também o old-fashioned Jorge Bornhausen, que as más línguas costumavam comparar com Hitler. Pura sacanagem. Hitler pelo menos sabia pintar.