sexta-feira, 15 de junho de 2012

Brasília, capital da gatunagem: mame-a ou deixe-a!



A nossa hedonista platinada de plantão foi conferir se o dinheiro corre mesmo solto na cloaca federal


Por Ishtar dos 7 Véus

Ooooi meus fofitos leitores!

Ai, já tava com uma saudade enorme... Aquele apertinho no heart... Eu sei, eu sei, vocês devem estar irritadinhos comigo e resmungando:

– Aquela colunistazinha de quinta, uó, @#$#@@*, desapareceu again...

Well, desapareci sim, mas por uma boa causa... Desapareci em nome do jornalismo! Fofos, tô em Brasília!

Siiiim!!!! I’m sorry mas eu sou uma correspondente internacional agora!

Tá, tá, tá... Brasília é logo ali... Ah, mas deixem eu me sentir internacional, ok?

Aaaah... Brasília, Brasília, Brasília... Nada como sentir os ares de... êi, larga o meu laptop, ladrão feladaputa... Polícia! Socorro! Polícia!

Ok, vamos pular essa parte.

Tudo começou com uma ligação fofa do meu chefinho querido, o estimado Fran Pacheco:

– Hedôzinha, minha nega, vou te mandar pra Brasília. Quero que você devolva esse Nextel para a organização criminosa do Carlinhos Cachoeira e depois me conte tudo o que está acontecendo por lá, incluindo o depoimento do senador Demóstenes Torres na Comissão de Ética do Senado. Mas desta vez, pleeeeeease, escreva sobre a organização criminosa e não sobre você...

Huuum... Não gostei desse comentário! Desde quando eu coloquei a minha pessoinha acima do compromisso com a informação?

Ah... tá, tá, tá... Umas duas, três, quinze vezes... Mas mulher de peixes é assim: egocêêêntrica!

Fiquei animadíssima: “E aí, chefinho? Que horas sai o meu voo?”

Silêncio.

Tentei again: “Fran, que horas sai o voo?”

Silêncio (dele) e apreensão (minha).

Me auto-rebobinei: “Fran, que horas é o meu voo?”

Be afraid, be very afraid…

– Pôxa, Hedô... Ehrrr... O site está tentando economizar... Você sabe... O custo de vida, a Guerra na Síria, o tsunami financeiro, a crise na Grécia, os terremotos na Itália... Mas o quê são dezoito horinhas num ônibus super confortável curtindo a bela paisagem da floresta amazônica pela BR-319?

“O que são dezoito horinhas num ônibus super confortável?”

Nada, nadinha.

E que tal: “O que é uma passagenzinha aérea perto do mega-sucesso que vai ser o depoimento do Demóstenes Torres com transmissão ao vivo da Globo News?”

Smells like abuso! Tudo bem. Sou uma pessoa boa e compreensiva.

O laptop que iria levar na viagem decididamente seria para iniciar a obra “Fran Pacheco – Uma Biografia Não Autorizada de Um Canalha Misantropo”...

Me aguardem... (pausa para fazer um olhar sinistro e ameaçador com fundo musical de Angelo Badalamenti).

Na madrugada de segunda-feira, 28, lá estava eu com os meus óculos Jackie ‘O’ e um modelito Ingrid Bergman em Casablanca, jurando estar ouvindo As Time Goes By (na verdade, a rádio tocava “Minha Eguinha Pocotó”).

Eu e Cezário Camelo, meu lovely Cecezinho, conferimos minha bagagem: batom, rímel, blush, camisinhas (beijo, Kelly Key!), óculos caríssimo, cinco óculos (by camelô) modelo use-na-rave-fique-colocada-e-perca-todos-eles, Tampax, palavras cruzadas nível difícil (porque uma mulher precisa se sentir desafiada), palavras cruzadas nível fácil (porque depois de desafiada, uma mulher precisa se sentir inteligentíssima e feliz), foto do Reginaldo Rossi (meu gato desde os tempos da Jovem Guarda!), Aquaplay (Gente! Tá aí desde os anos 70!), “Minutos de Sabedoria” do Og Mandino (viu como eu sou uma pessoa boa?), pretinho básico com detalhe bege, pretinho básico com gola v, pretinho básico básico...

Nos despedimos com um beijo cinematográfico e entrei no ônibus.

Cecezinho foi praticar seu esporte favorito que é correr atrás de um rabo de saia. Ah, se eu te pego, amante infiel!

O senhor sentado na poltrona ao lado parecia ser uma boa pessoa. Gordinho, cabelo repartido ao meio, óculos, camiseta “No Stress”... Lendo um livro sobre Osama Bin Laden e com uma estranha caixinha no colo... Oooops... Sounds like a cilada!

Por que será que cenas do filme “Aeroporto 70” (vi numa reprise, tá?) se passaram pela minha mente? Um gordinho misterioso com uma caixinha estranha? Chiquééérrimo!

Me senti num filme de David Lynch onde ninguém entende nada, mas acha tudo o máximo!

De repente ele abre a caixinha e... e... (please, subam os acordes de suspense) e... retira uma empadinha de lá de dentro!

Socorro! Parem esse ônibus! Pior do que um terrorista muçulmano é ter um farofeiro sentado ao lado!!!

Tarde demais. Ele resolveu se virar e fazer um comentário:

– Esse Osama Bin Laden era fogo!

Queridos leitores, vocês já tentaram pronunciar Osama Bin Laden enquanto comem uma empada? Please, não tentem fazer isso perto de alguém.

Digamos que o meu “basic little black for bus” ficou tomado por nojentos “resíduos empadais”(pausa para uma inesperada ânsia de vômito). Ninguém merece!

Eu e o meu vestidinho preto nos transformamos numa espécie de dálmata às avessas.

Triste, muito triste. Retirei lentamente os meus caríssimos óculos Jackie ‘O’ (também... uuugh... com alguns resíduos), arqueei minha sobrancelha preferida e, sem dizer uma só palavra, lancei para ele o meu olhar modelo “seu-escroto-com-cabelo-sebento-e-cara-parecendo-um-Choquito-de-tanta-acne-recolha-se-a-sua-insignificância-e-nunca-mais-me-dirija-a-palavra! Aaah, e vá cortar esses tufos de pelos nojentos que estão saindo do seu nariz”.

O gordinho, paralisado, não abriu mais a boca durante toda a viagem. Aliás, acho que ele vai levar alguns meses pra voltar a falar.

Aaah... Um simples olhar pode destruir alguém... Às vezes, me sinto tão Bette Davis, tão Carrie, a estranha, tão Medusa (ai, sempre quis ter um penteado com cobrinhas...)

Cheguei a Brasília por volta das 9h da manhã dessa terça-feira, 29.

Em vez de 18 horinhas, quase 30... Esse meu chefinho Fran Pacheco é um verdadeiro sádico... Ou então não entende nada de distância geográfica...

Agora, se tem uma coisa que vocês precisam saber sobre motoristas de táxi candangos é que às vezes, eles não sabem aonde estão indo...

Alguns por esperteza, outros porque a city é realmente big!

O que fazer? Não se deixe intimidar. Não mostre que você é uma simples turista prestes a cair nas garras de um taxista mal intencionado.

Seja firme, direta e, principalmente, não gagueje se ele perguntar qual o melhor caminho a seguir. Foi o que eu fiz.

– E então, madame, aonde vamos?

Respirei e mandei (caprichando no sotaque... of course): “Ó, xente, meu rei, vâmo pro Congresso Nacional. Pode pegar a SW3-11, seguir pela SQS-15, descer a NPOR-26... Virar na CPM-22 com a SQN-12 e seguir pela Rota-66 até a FM-104...”

Ok, ok, me lembrei de Diana Ross cantando “Do You Know Where You Going To?”

Não tinha a menor ideia do que estava falando... But isso não importava. Arrasei no papel de mulher, moderna, determinada e up-to-date.

Fofitos do meu heart... Essa é apenas a primeira parte da minha estada na capital federal. Vou ficar por aqui apurando tuuudo o que acontece de interessante nas baladas, nas sinecuras, nas roubalheiras, nos bunga-bungas...

Vocês não perdem por esperar: raves, Carlinhos Cachoeira, Gilmar Mendes, gente fofa, gente do bem, gente uó, bofes, Lula, Dilma, desvalorização do real, Código Florestal, bancada ruralista...Tudo através do look desta colunista que ama vocês!!!

Quero mandar um super beijo pra todos os meus leitores que enviaram e-mails e palavras fofíssimas about me...

Beijos pra Roberta (“A Deusa do Ébano que aguardava o meu retorno triunfal!”), Marco Gomes (que me mandou umas pegadinhas hilárias), Horus Seth (adorei o nomezito!) e um special kiss pro meu fã misterioso (codinome 20prestigiar) que escreveu essas palavritas singelas : “Querida Ishtar, meus dias ficam tristes e cinzentos sem a sua coluna.”

Tá, meu bem?

Como diria minha amiga Miss Gura: “To be famous is so nice!”

Queria dedicar essa coluna a dois novos leitores que são tuuuudo: Omar Aziz e a chiquééééérrrima e poderosa Nejmi Aziz!

Beijitos!

Fui!