sábado, 28 de abril de 2012

Operação Rasga-Mortalha tenta intimidar Terríveis



Suspeitos detidos durante batida contra o Club dos Terríveis
têm a aura fotografada para detectar a presença
dos espíritos zombeteiros. 

Por Stella Maris (R.I.P.)

É com pesar, indignação e revolta que denunciamos tentativa deslavada das forças ocultas destte Estado em denegrir a imagem de membros do Club dos Terríveis. Usando-se de fallecidos órgãos de repressão como DOPS, DIP e DOI-CODI, os sacripantas desencadearam a operação “Rasga-Mortalha”, contra supostas falcatruas cometidas entre 1890 e 1910, em Manáos. As fraudes referem-se a títulos podres da República Velha, favorecimento de construtoras Inglêsas, superfaturamento em obras de monumentos históricos, além de remessas illegais de sementes de Hevea brasiliensis para paraísos surfistas na Malásia.

“São causos requentados, seculares, mofados, que de geração em geração tentam jogar contra nós. Debalde”, affirma o presidente do Club, Fran Pacheco, escondido no sótão de um centro espírita.

A operação foi desencadeada religiosamente à meia-noite, quando um forte aparato policial prorrompeu no Cemitério S. João Baptista, na Villa Municipal, área mais nobre da cidade. Na tumba de Fran Pacheco (ao lado do Ossuário do antigo cemitério de São José) os meganhas apreenderam uma lápide em mármore de carrara, supostamente produzida por Doménico de Angelis, representando Baco, supostamente em ação. “Uma peça de arte mortuária incompatível com os rendimentos de um notório farrista”, asseverou o Sr. Filinto Müller, porta-voz das forças de repressão. Velas fálicas, plantadas no local por alcagüetas, foram apreendidas como material pornográfico. Também foram encontrados, enterrados, frascos de Heroyna e Morphyna, além de clisteres em vários calibres “Todos sabem que eu era um homem doente, mas nem tanto”, defende-se Fran. Símbolos célticos riscados no chão foram apontados como “forte indício de suruba”, por uma fonte que pediu anonimato. “As maluquetes da cidade sempre confundiram o meu túmulo com o do Jim Morrisson”, explica Fran.

Não satisfeitos, uma equipe liderada pelo finado delegado Sérgio Paranhos Fleury assombrou a residência de um coleccionador no Boulevard Amazonas e apreendeu dois fords-de-bigode em escala 1/12, 3 garrafas de absinto a 85% de teor alcoólico, uma Mauser Parabélum da I Guerra Mundial, selos, cartões postaes e vasta coleção de apetrechos eróticos “vintage”. “Usar estes utensílios enferrujados é um atentado ao pudor e à saúde coletiva”, disse o delegado, guardando diligentemente o material em seus bolsos.

“O alvo não sou eu”, afirma enigmáticamente Fran Pacheco. Que se cuide o médium responsável por psicografar o blog. Fran finaliza: “continuo na trincheira e vou colocar todos esses que aí estão em seu devido lugar. Quem viver, verá.”

Passada a tormenta, resta a questão: sobreviverão os Terríveis ao pleito de 7 de outubro?