Irmãs montam guarda no
convento para impedir nova incursão do espírito sedutor.
Percebam a satisfação dos semblantes...
Percebam a satisfação dos semblantes...
Por Stella Maris
O festival de denúncias sexuais típicas de ano eleitoral atingiu
em cheio o Club dos Terríveis. Irmãs do convento das Madres Cenobitas, nos
confins da Botocúndia, denunciaram o falecido blogueiro Fran Pacheco nas redes sociais como sendo contumaz deflorador de carolas. O espectro
bigodudo de Fran teria engravidado ao menos 27 noviças nos últimos 2 meses.
Para isso, teria se valido dos mais sórdidos artifícios. Ora teria se passado
por um zelador retardado, mudo e bem-dotado. Ora teria feito as vezes do Barão
Von Trapp, cantarolando Edelweiss e atraindo as almas inocentes para o bote.
Algumas noviças afirmam ter visto Fran ao natural, só de bigode e chapéu coco,
fazendo traquinagens em seus claustros. A porta-voz do convento, Sóror Lisbela
Espanca (150 kg), afirma ter sido ela própria “sondada” pelo defunto sedutor. “Ele
estava só com um barrete de Bispo. O bafejo gélido do Fran está até hoje
impregnado em minh'alma”, suspira a religiosa.
O depoimento de Sóror Espanca causou furor nas galerias da catedral, quando ela desceu aos detalhes mais picantes do suposto enlace. Em
respeito à linha editorial deste órgão noticioso, preferimos omitir tais
descrições. Podemos adiantar que o ectoplasma de Fran fez “barba, cabelo e
bigode” na depoente, além das arrojadas posições tântricas “cossacos de
Cossovo”, “minsk siberiano e “sete anões ao mesmo tempo
agora”. “O de cujus era um verdadeiro súcubo sexual”, afirmou a religiosa, com
indisfarçável satisfação no rosto.
Procurado no cemitério S. João Baptista, Fran Pacheco nega
tudo, exceto os elogios a seus atributos espectrais. Afirma que apenas “rodeou
o convento” e “vez por outra dei umas entradinhas, para conferir os belos
vitrais bizantinos. Jamais interromperia os serviços religiosos... No máximo,
avaliei o estado de conservação dos claustros e do vestuário das noviças...
Talvez tenha me manifestado para uma ou outra, mas de longe, a algumas polegadas... Raríssimas vezes
travei um contato mais próximo e sempre contra a minha vontade. Não, não podem
ter sido 27, até para mim seria demais...”
Fran considera tudo uma “armação” da Operação Rasga
Mortalha, deflagrada por extintos órgãos de repressão (DIP, DOPS, PIDE etc.) para
apurar possíveis falcatruas cometidas pelos Terríveis. Para ele, o caso está “natimorto”
e desafia as querelantes: “elas que apresentem os curumins!” Quando informado que os piás de bigodinho estão sendo providenciados, Fran, meio acuado, prometeu só se manifestar por
intermédio de seu advogado do diabo, Padre Quevedo. O velho e ranzinza
jesuíta é radicalmente contrário às relações sexuais entre vivos e mortos,
mesmo dentro do casamento. E vai logo avisando: “amante morto non paga penson!
Isso non ecziste!”